É impossível falar de capoeira sem citar o nome de dois grandes mestres dessa luta brasileira, Vicente Joaquim Ferreira Pastinha (Mestre Pastinha) e Manoel dos Reis Machado (Mestre Bimba). Esses foram os grandes Mestres de dois estilos dessa luta, Mestre Pastinha com a capoeira Angola e Mestre Bimba com a Regional.
Pouco se sabe de onde veio a capoeira, se é brasileira, africana, se é coisa de branco, de negro, se é jogo, dança, luta. Mas é sabido que ela passa por três momentos distintos durante sua existência: criminalização, legalização e institucionalização.
De sua criminalização à institucionalização, uma figura foi importante para que capoeira desse esse salto significativo, Manoel dos Reis Machado, praticante de uma capoeira criminalizada, proibida pelo código penal, decide então mudar sua prática, em busca de uma capoeira mais efetiva, menos plástica, e decide criar seu próprio estilo de capoeira, segundo ele
“inovações radicais diferenciariam a sua capoeira dos demais estilos de capoeira existentes na época. Como parte desse esforço, Mestre Bimba denomina de Capoeira de Angola o estilo de capoeira praticado pelos demais.” (ARAÚJO, 2008).
E foi Mestre Bimba com sua ressignificação da capoeira, tanto na dinâmica do jogo quanto na “bateria” cria a Capoeira Regional, e esse seu novo estilo tira a capoeira da criminalização e à leva para a institucionalização e consequentemente virar um esporte nacional. A base da capoeira regional é a capoeira tradicional mais enxuta, com menos subterfúgios e maior objetividade. O treinamento era mais focado no ataque e no contra-ataque, com muita importância para a precisão e a disciplina. Bimba também incorporou alguns golpes de outras artes marciais, notadamente o batuque, antiga luta de rua praticada por seu pai. O uso de acrobacias e saltos era mínimo: um dos fundamentos era sempre manter ao menos uma base de apoio. No momento em que Bimba cria a capoeira Regional, automaticamente, denomina os demais capoeiras que não praticam seu estilo de Angola.
A capoeira Angola tem como seu maior representante Mestre Pastinha, segundo os praticantes desse estilo, essa capoeira mantém as tradições da época anterior à da criação do estilo Regional, em outras palavras é a capoeira mais tradicional. A Angola é o estilo mais próximo de como os escravos lutavam ou jogavam a capoeira. Caracterizada por ser estratégica, com movimentos furtivos executados perto do solo ou em pé dependendo da situação a enfrentar, ela enfatiza as tradições da malícia, da malandragem e da imprevisibilidade da capoeira original.
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